O
Ministério da Saúde divulgou
nesta quinta-feira (6) uma pesquisa
que revela o perfil dos registros de
mortalidade em todo Brasil. De acordo
com dados da publicação
Saúde Brasil 2007, as chamadas
doenças da modernidade são
as que mais matam homens e mulheres
no país, com destaque para crescimento
no número de mortes provocadas
por doenças crônicas e
violentas.
As
doenças do aparelho circulatório,
associadas à má alimentação,
ao consumo excessivo de álcool,
ao tabagismo e à falta de atividade
física, são as que lideram
o ranking. De acordo com o estudo, 283.927
pessoas morreram em 2005 por problemas
do aparelho circulatório, somando
32,2% do total de mortes registrado
no ano.
No
levantamento por regiões, as
doenças do aparelho circulatório
também são as que mais
matam, com taxas de 33% no Sudeste,
32,9% no Sul, 31,9% no Nordeste, 31%
no Centro-Oeste e 24,9% no Norte.
O
perfil de mortalidade, segundo o ministério,
revela mudanças provocadas, por
exemplo, pela urbanização
rápida. No passado, doenças
infecciosas e parasitárias como
as diarréias, a tuberculose e
a malária estavam entre as principais
causas de morte no país.
Homens
e Mulheres
Embora as mulheres sejam a maioria da
população brasileira,
o estudo divulgou que os homens morrem
mais. De um total de 1.003.350 óbitos
ocorridos em 2005, 582.311 eram pessoas
do sexo masculino (57,6%).
A
principal causa registrada, segundo
a pesquisa, foram as doenças
isquêmicas do coração
(como o infarto), responsáveis
por 49.128 mortes de indivíduos
do sexo masculino. As doenças
cerebrovasculares seguem em segundo
lugar no ranking, com 45.180 óbitos,
seguidas pelos homicídios, com
43.665. O estudo destaca que a prevalência
de mortes em pessoas do sexo masculino
se repete em todas as regiões
do país.
Acidentes
de trânsito
Os acidentes de trânsito representam
uma das principais causas externas de
morte no país, perdendo apenas
para a taxa de homicídios. Foram
registradas 35.155 mortes em 2006 pela
violência no trânsito, de
acordo com os dados, principalmente
em homens adultos jovens (com idade
entre 20 e 59 anos) e residentes em
municípios de pequeno porte populacional.
O
ranking de óbitos, de acordo
com o estudo, é liderado pelos
atropelamentos de pedestres, com um
total de 27,9% do casos – a maioria
deles entre crianças e idosos
acima de 60 anos. Em segundo lugar estão
os ocupantes de automóveis, com
21%, e, em terceiro, os acidentes envolvendo
motociclistas, com 19,8%.
Dados
da publicação apontam
que os motociclistas mortos no trânsito
saltaram de 300 em 1990 para quase 7
mil em 2006. Os maiores riscos de morte
foram registrados na faixas etária
de 15 a 39 anos, nos municípios
de porte populacional menor que 100
mil habitantes e nas regiões
Sul, Centro-Oeste e Nordeste.
Pesquisa
A base de informações
utilizada na publicação
foi o Sistema de Informações
de Mortalidade do Ministério
da Saúde, que capta os óbitos
ocorridos no país dentro ou fora
de ambiente hospitalar e com ou sem
assistência médica. De
acordo com o ministério, a tendência
de morte não varia muito em um
curto período de tempo e as informações
refletem a atual situação
da mortalidade no país.
Em
2005, o sistema registrou 1.006.827
óbitos em todo o país
– um índice de 5,5 mortes
por mil habitantes. A base populacional
utilizada foi a estimativa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) para o ano de 2005, 184.184.074
habitantes.